A periodontite é a doença gengival mais relevante em todo mundo, sendo considerada a sexta complicação clássica do diabetes. Atinge cerca de 3,5 bilhões de pessoas no mundo (dados Organização Mundial da Saúde/2022) e no Brasil não é diferente, sendo uma das principais responsáveis por perdas dentárias em adultos.
Um ditado que todos conhecemos diz que “a saúde começa pela boca”, mas podemos ser mais específicos e dizer que começa pela gengiva.
A ausência dos dentes atrapalha ou impede a mastigação, prejudicando assim a dieta ideal, deixando-a mais pobre nutricionalmente, pois o paciente passa a escolher alimentos mais pastosos, geralmente ricos em calorias, o que aumenta o risco de complicações de saúde, como a obesidade.
Nesse contexto, precisamos inicialmente evitar as perdas dentárias. E o exame periodontal é a ferramenta de diagnóstico que vai detectar precocemente a presença de doenças gengivais. O exame periodontal precisa ser realizado ou indicado ROTINEIRAMENTE nas avaliações odontológicas, independentemente da especialidade e sem depender de queixas dos pacientes.
É necessário o diagnosticar precocemente para um tratamento mais efetivo
Quanto mais precoce for a detecção de doenças periodontais como a gengivite, será mais favorável intervir para conseguir a reversão do quadro e, assim, evitar a evolução da gengivite para periodontite. O tratamento da gengivite previne a periodontite, o que, consequentemente, previne impactos em todo o corpo, uma vez que pode auxiliar o paciente a se manter na meta glicêmica, por exemplo.
Ao identificar o risco de desenvolvimento de diabetes e de doenças cardiovasculares, assim como da periodontite, intervindo antes que elas aconteçam, o Cirurgião-Dentista estará contribuindo diretamente para a prevenção de condições muito graves de saúde, como a obesidade, a síndrome metabólica, doenças respiratórias, câncer, entre outras.
Juntas, as DCNT (doenças crônicas não transmissíveis) são responsáveis pelo maior número de mortes no mundo, sendo, portanto, um grande problema de saúde pública. Estão se tornando cada vez mais comuns à medida que as populações envelhecem e há evidências crescentes de que estão inter-relacionadas, compartilhando fatores de risco comuns. Boca e corpo sofrendo as mesmas influências destes fatores de risco.
Quando falamos que “a saúde da boca e do corpo não se separam”, estamos falando também que a anamnese precisa ser completa, com histórico de saúde de todo o corpo do paciente, e acompanhada de aferição da pressão arterial, de avaliação da glicemia, do peso corporal e da circunferência da cintura. É preciso, ainda, conhecer os hábitos dos pacientes e ajudá-los a cessar os que forem nocivos, como o tabagismo.
Nesse sentido, precisamos ampliar nossa maneira de conduzir a avaliação dos pacientes, identificando não somente os sinais e sintomas bucais, mas também avaliando o paciente como um todo. Saber identificar riscos metabólicos ou cardiovasculares desconhecidos pelos pacientes, alterações no sono, na alimentação e em outras ocorrências que tragam prejuízos à saúde, é fundamental para poder encaminhar o paciente para tratamento.
Com esse novo entendimento, o papel do Cirurgião-Dentista em geral, e principalmente do periodontista, modifica-se e precisa urgentemente sair do atendimento limitado às quatro paredes do consultório odontológico, para inserir-se em parcerias com outros profissionais da saúde, formando as equipes multidisciplinares com colegas médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, educadores físicos, enfermeiros, entre outros.
É preciso que o Cirurgião-Dentista tenha um papel protagonista na equipe multidisciplinar, participando ativamente da orientação dos pacientes, não só sobre cuidados bucais, mas também incluir orientações sobre hábitos de estilo de vida saudável, que envolvam o autocuidado diário dos pacientes, com a higiene bucal, a dieta com comida de verdade, sem alimentos ultraprocessados, a prática de exercícios físicos e, também, as visitas regulares às consultas odontológicas e médicas.
A manutenção da saúde bucal, portanto, beneficia a saúde de uma forma geral. Assim, as condutas clínicas não deverão seguir uma “receita de bolo”, nem um único protocolo padrão, uma vez que é necessária uma ação individualizada, centrada em cada paciente, com suas características, comorbidades e demais condições.
Entendemos que é preciso ter saúde gengival para uma vida melhor e saudável, e que nosso papel no cuidado dos pacientes vai muito além do tratamento local, bucal. Nosso empenho fará toda a diferença na vida dos nossos pacientes.
Créditos: Revista CROSP
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